José Antônio Dias de Moraes, popular Zé Leotério, nasceu em 25 de julho de 1921, em Água Limpa, sendo registrado em Monte
Aprazível. Foi criado sem escola, como ele mesmo conta. “Minha caneta foi o cabo da enxada e meu caderno foi a terra. Dediquei muito a minha força e
agora estou descansando e aplaudindo meus amigos com muito prazer”.
Trabalhava na roça, plantava algodão, milho e fazia com muito prazer uma bela salada.
Casou-se em 1937 com Anivaltina Olímpia de Moraes. Tiveram três filhos, Paulo Dias de Moraes, Francisca Dias de Moraes Ded e Cristina Olímpia de
Souza. Tem três netos e um bisneto.
Ganhou de presente uma Bíblia e aprendeu a ler sozinho. “Conheço de Genesis a Apocalipse”, diz.
Faz quatro anos que mora em Macaubal com sua esposa, os dois aposentados. “Me distraio nessa chacrinha que ganhei do meu irmão mais velho. Aqui planto
feijão, pé de milho. Sempre digo também que devo um agradecimento a Getúlio Vargas, por instituir as leis trabalhistas, o plano dele para conforto da
nossa vida, para termos uma velhice mais tranquila”, afirma.
Fala de Macaubal com alegria. “Lugar sossegado, graças a Deus, lugar de recursos se precisar”, destaca. Sai sempre de casa para fazer visita a outro
macaubalense. “Sempre lembrando e divulgando o plano de Deus, esse é o assunto que converso com meu amigo Izidoro”, completa.
Zé Leotério diz ter passado por algum perigo na vida. “Hoje eu estou vivendo porque Deus colocou a mão sobre mim”, confia.
Causos
Lembra com clareza de três causos que aconteceram em sua vida.
Conta quando caiu de um caminhão. “Já levei uma caída de uma carroceria de um caminhão de casamento, morreu uma porção de gente e eu salvei”, disse.
Se lembra de quando uma árvore o acertou. “Eu estava derrubando uma árvore e ela me mostrava um “coice”, quando der sinal de caída eu faço o outro
lado, mas quando deu sinal a árvore caiu em cima de mim. Quando acordei estava deitado no meio do mato com aquele sol na cara. Meu irmão estava
roçando não tão longe, tive braço para empurrar, sentar em cima da árvore e chamá-lo. Ele teve de me levar de cavalinho pra casa”, conta.
Passou por outra, quando quase aconteceu um acidente com seu amigo. “A minha cisterna faltou água, arranjei um amigo Joaquim Batista, ele desceu, foi
cavando, quando foi lá pelas 15h mais ou menos, me veio um pensamento: esse balde vou puxar a terra na mais completa macieza. O balde chegou na boca
da cisterna e eu peguei fui ver. Na alça do balde tinha uma argolinha de arame bem fino e o gancho estava enganchado naquela argolinha e subiu o balde
de 20 kg cheio de terra. Logo disse: Joaquim você distraiu muito e nós passamos por grande perigo. Despejei, graças a Deus, que me deu o sentido”,
finaliza.