segunda-feira, 2 de dezembro de 2024   | : :
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Rosa Gueia Mas conta um pouco de sua vida de muito trabalho

Personalidade da Semana



Rosa Gueia Mas conta um pouco de sua vida de muito trabalho

Rosa Gueia Mas nasceu no dia 15 de abril de 1926, em Neves Paulista. Chegou em Floreal com 11 anos, época em que morava no sítio de seu pai, em frente ao Cemitério, hoje denominado Fazenda Mato Grosso.

“Na época tinha onça, para vir em Floreal era só uma estradinha e vínhamos de noite, qualquer barulho, ficávamos com medo”, lembra Rosa.

Não frequentou escola e aprendeu a trabalhar cedo. “Meu pai tinha roça e comecei desde pequena, minha vida foi essa de trabalhar na roça, cultivava arroz, milho, algodão, lá era muito fartura. Batia arroz, apanhava algodão, apanhava e batia feijão, isso tudo a pé e depois ia em casa buscar almoço”, conta ela que foi criada, viveu a adolescência e casou-se quando ainda morava no sítio.

Casou-se em 1945 com Francisco Poiana Mas (in memoriam há 13 anos) e tiveram cinco filhos, Miguel (in memoriam), Paulina, José, Maria Carmem e Helenice (única que nasceu na casa já na cidade). Tem seis netos e três bisnetos.

“O sítio era do meu pai e no falecimento dele, foi dividido. Morei vizinha do meu irmão, mas era muito atrito, vendemos e compramos uma casa na cidade. No sítio tinha uma fartura total, mas quando mudei pra cá a vida se transformou completamente, aquela pobreza, meu marido não tinha serviço, comecei a lavar roupa pra fora”, diz ela que antes havia morado também na Fazenda dos Ingleses, perto de Valentim Gentil, que era muito bom para mantimentos, mas não tinha recursos, como a saúde.

Rosa conta que na época tudo era difícil, só tinha um ônibus para ir para Rio Preto, ia em um dia e voltava no outro. Não tinha asfalto, energia elétrica. No centro havia uma pequena capela, que posteriormente deu lugar a Igreja Matriz. “Eram poucas casas, a que eu morava, a da frente e onde é a casa do padre hoje, tinha uma farmácia, a casa verde, os cavalos comiam na praça da igreja. Aqui em volta era tudo pasto”.

Passou muita dificuldade em sua vida, que foi superada pela união da família. Enquanto sua mãe cuidava de seus filhos, saía para trabalhar. “Pegava o trator e ia apanhar algodão e quando não era época de algodão lavava roupa, fazia muitos pães na casa da patroa, mas no final ela me dava também para ajudar. Cultivava no quintal banana e mandioca com muito esforço e capricho”.

Mesmo sem ter estudado, Rosa e Francisco exigiam e davam total apoio para que os filhos pudessem estudar. E deu certo, hoje três deles, Paulina, José e Maria Carmem, são funcionários aposentados do Banco Nossa Caixa e Helenice, escriturária aposentada e atualmente Conselheira Tutelar de Nhandeara. “Sempre os incentivei a não perderem a esperança. Sempre disposta a fazer as coisas. Nunca abandonei meus filhos, criei eles com capricho e até hoje meus filhos são minha vida. Somos uma família muito unida, meus netos e bisnetos também todos vêm aqui, adoro eles, são todos carinhosos comigo”, orgulha-se.

Os filhos hoje retribuem todo apoio que receberam. Rosa continua morando em Floreal e recebe os cuidados da Cidinha, cujo família é de Campinas, mas há cinco anos cuida dela, se tornando parte da família.

Completa 90 anos nesta sexta-feira, mas teve sua festa antecipada para o sábado de aleluia, data em que coincidiu das filhas que moram em São Paulo virem para Floreal.Filhos, netos, bisnetos e sobrinhos, além de alguns amigos estiveram presentes numa comemoração muito gostosa e animada. No convite um pedido especial, ao invés de trazer presente, pediu que os convidados trouxessem alimentos, pois já passou muita dificuldade na vida e queria fazer o bem ao próximo. As pessoas abraçaram a ideia e contribuíram. Rosa então pode fazer doações para o Centro Espírita de Floreal, Lar dos Velhinhos e SOPROCAN de Nhandeara.

Ela finaliza falando sobre seu gosto pela cidade. “Floreal para mim é muito boa, gosto muito. Aqui que eu vivi a vida toda”.

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