Norberto dos Santos Medina, mais conhecido como “Beto”, nasceu no dia 11 de agosto de 1952, em Nhandeara. Morou até os 13 anos, quando foi para Santos. No litoral paulista, serviu ao exército, trabalhou e estudou até 1972.
Em 1973 retornou para Nhandeara e trabalhou na Companhia de Energia durante três anos e meio.
Casou-se em 06 de dezembro de 1975 com Vilma Aparecida Zilho Medina. Desta união, teve uma filha, Melina, que os deu uma netinha, Julia Medina Barnabé, 05 anos.
Em agosto de 1976 voltou para Santos e trabalhou na COSIPA por 10 anos e meio. Durante o período, fez curso técnico em eletrônica em São Bernardo do Campo e se formou em matemática pela Fundação Santo André, em Santo André.
No ano de 1987 montou uma empresa de antena parabólica em Uberaba (MG). Em setembro de 88 retornou para Nhandeara e foi trabalhar na propriedade do sogro.
Montou uma empresa de antena parabólica em Nhandeara, a Norsat (1991). Encerrou as atividades da empresa em 2001 e foi trabalhar numa empresa de engenharia elétrica, em Santo André. Ficou até fevereiro de 2003, quando se aposentou e retornou a sua cidade natal, iniciando assim suas atividades como voluntário do Lar dos Velhinhos.
Lar dos Velhinhos “Bezerra de Menezes”
Há nove anos e meio ocupa a função de presidente do Lar dos Velhinhos de Nhandeara. “Estou no quinto mandato consecutivo (mandato bienal). Além do cargo de presidente, vamos buscar doação, fazemos tudo o que é preciso”, afirma Beto.
O presidente nos contou como são escolhidos os membros da diretoria, que é inteiramente voluntária, apenas funcionários são remunerados. “A diretoria do Lar tem que ser necessariamente espírita e frequentadora do Centro Espírita Alan Kardec de Nhandeara, pois foram eles que fundaram o Lar. São montadas chapas e os frequentadores do centro votam para escolher a nova diretoria a cada dois anos”, explica. No entanto, ele rechaça qualquer tipo de preconceito religioso. “Quando vamos acolher um idoso não perguntamos a religião e não achamos justo a pessoa mudar no fim da vida, tanto que permitimos ao padre rezar missa lá, todo sábado pessoal da Igreja vai levar hóstia aos católicos. Se um pastor quiser fazer uma pregação lá, pode ir e pregar às pessoas que aceitam a religião deles”.
Apaixonado pelo que faz, Beto não se vê longe do Lar. “Hoje o Lar, depois da família, é tudo pra mim. Não consigo me ver desligado de lá. Quando não posso dar uma passada por lá, alguma coisa falta no meu dia-a-dia”, se emociona.
Segundo o presidente, atualmente o Lar conta com 28 idosos, destes, quatro andam, cinco são dependentes na cama e o restante é cadeirante. “Graças a Deus somos especializados em atender pessoas em situações mais tristes e isso é muito recompensador”, disse.
Com sorriso no rosto, o presidente fala sobre o funcionamento da entidade. “Temos um sistema de creche em que a família leva o idoso pela manhã, lá ele faz todas as refeições, toma banho e administramos o medicamento durante o dia e a pessoa busca a noite, possuímos uma pessoa nesse sistema. O Lar tem um departamento Casa Abrigo do Idoso, criado pelo Ministério Público (MP) de Nhandeara. É bancado pelas prefeituras da comarca, Nhandeara, Monções, Floreal, Magda, Gastão Vidigal e Nova Luzitânia, que repassam um salário mínimo mensal para atendimento dos idosos de outras cidades. Recebemos também repasse da prefeitura de Sebastianópolis do Sul que não pertence a comarca”, destaca.
Os idosos do Lar contribuem com a aposentadoria. “70% da aposentadoria fica para o lar bancar despesas e o restante para aquisição individual de cada interno. Esse é um modelo de contrato da secretaria de Assistência Social, de prestação de serviço e aprovado pelo MP”, descreve Beto. O custo médio de cada interno varia de R$ 1.200,00 a R$ 1.350,00 mensais para o lar.
Para se manter, o lar depende de campanhas e festas realizadas. A entidade possui 14 funcionários, entre enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeuta, cuidador, limpeza, lavanderia e cozinheiras. “Graças a Deus existe uma pessoa, a Júlia, que administra fisicamente o lar, todas as melhorias foram feitas graças ao trabalho dela, que abraçou de coração”, diz.
“O que facilita muito o sucesso do trabalho é esse conjunto que funciona com uma harmonia muito grande”, finaliza Beto.