Filho de Sezínio Raimundo de Brito e Percília Maria de Brito, ambos in memoriam, José Vitor de Brito nasceu em 07 de agosto de 1936 em Guirapá, Bahia, onde morou até os 5 anos até ir com a família para Sebastianópolis do Sul, permanecendo por dois anos.
Em 1944 mudou-se para Ida Iolanda. Fez o primário em Nhandeara no ano de 1949 no grupo escolar. “Eu voltei várias vezes de Nhandeara a Ida Iolanda a pé, pois as vezes não podia contar com o expressinho, que não voltava por causa da chuva, pois podia encravar”, conta Brito, que frequentou também a escola mista do distrito. Aliás, foi nesta época que começou a ajudar seu pai na ferraria.
Mudou-se em 1950 para Vila Brioso (Gastão Vidigal), que na época era uma vila de Nhandeara. “Naquele tempo era tudo terra, pasto, na praça tinha capim e eles amarravam animais, íamos brincar e enroscava nas cordas. Não tinha nem energia elétrica, depois veio a sorveteria do Sr. Valdemar Teixeira de Carvalho (finado), montou em 52 e puseram uma linha de luz até o coreto, através de um gerador”, lembra.
Na sua época de adolescente uma das principais opções de lazer era assistir o “fut”. “Era ver as moças passear naquele tempo. Tinha um cinema e íamos da praça até o cinema fazendo isso”, disse. Ele ainda descreve uma cidade simples. “A gente lembra pouco, mas naquele tempo eram carrinhos, carroças, carro de boi e charrete, poucas conduções, se encontrava aqui apenas três caminhões, alguns puxavam madeira, serraria. Naquele tempo passava ônibus vindo de Nova Castilho e ia para Rio Preto, voltava só a noite por estradas municipais, todas de terra, eram quatro horas de viagem, fazíamos compra e de tardezinha tinha que volta”.
Em 1954 frequentou por seis meses os ensinos particulares, pois seu pai fazia questão que aprendesse um pouco mais. Junto com seus três irmãos, acompanhou seu pai, que hoje dá nome a uma avenida do município, na luta pela fundação de Gastão Vidigal.
“Crescemos junto com meu pai, trabalhando como ferreiro aqui perto da praça, no tempo era só meu pai mesmo. Em 54 mudamos pra cá e abrimos a oficina de ferraria e carpintaria aqui em frente à igreja e estamos até hoje. Em 64, quando me casei, vendi as ferramentas de carpintaria e fui passando a mecânica. Comprei novas ferramentas, máquina de torno e estou aqui até hoje”, afirma.
Casou-se em 13 de fevereiro de 1965 com Maria Fernandes Damasceno de Brito, tiveram quatro filhos, José Maria, Peter Paulo Vitor de Brito, Percilvânia e Claudia. Têm três netos.
Mesmo tendo acompanhado toda evolução do município e lutado por isso, nunca teve pretensões políticas e sempre cultivou as amizades. “Nunca quis me envolver com política, tive um irmão que foi vereador do município. Cultivo muito a amizade, eu digo sempre, sou amigo de todo mundo e faço o possível para continuar assim”, diz.
Muito bem adaptado ao município, se considera vidigalense. “Sem dúvida me considero vidigalense, eu digo o seguinte fiz o melhor não só para mim, mas para população, com meus trabalhos, graças a Deus prestei bons serviços e procurei sempre andar certo nos meus deveres. Desejo que a cidade cresça ainda mais”, finaliza Brito.