José Alves da Silveira nasceu em Nhandeara em 02 de março de 1938. Sempre morou no município e construiu sua família. Casou-se em 1962 com Rosa Ayub Beirute da Silveira, com quem teve uma filha, Loreta Maria da Silveira. Têm quatro netos, Luiz Carlos (in memoriam), Lorana, Carlos José e Loriza e uma bisneta, Luiza.

Foi professor PI, formado em pedagogia em Mogi das Cruzes, na Faculdade Padre Melo em 1958. Começou a dar aula em Nhandeara, lecionou também em Estrela D’Oeste e Monções até retornar ao seu município e ficar até sua aposentadoria em 1987.

No município, exerceu as funções de professor, assistente de direção e diretor na Escola Estadual Joaquim Fernandes de Melo. “Na atividade da educação priorizava a frequência dos alunos, tinha um amigo militar e na oportunidade quando o aluno faltava ia a casa dele e através dos pais solicitava a presença dos filhos na escola por achar muito importante”, afirma Silveira.

Como professor se sente orgulhoso por seus ex-alunos terem vencido na vida. “Passaram por mim vários bons alunos, que hoje são médicos, dentistas, engenheiros, entre outras profissões. Um deles foi secretário de agricultura do Estado de São Paulo, Antônio Felix Domingues”, lembra.

O ex-professor diz que sempre encontra seus ex-alunos. “Todos os anos participo do Encontro dos Amigos de Nhandeara e é uma satisfação encontrar ex-alunos, encontrei um deles que é diretor de uma universidade em Salvador (BA), foi uma satisfação muito grande”, se emociona.

Já como diretor também organizava campanhas em prol aos alunos carentes. “Nesse período em que trabalhei na escola fazia-se várias campanhas para dar assistência aos alunos, campanha do agasalho, alimentação, compra de material, inclusive tínhamos a tradicional festa do Piá (festa do guaraná), realizada todos os anos. Com o resultado dessas campanhas revertíamos aos alunos carentes. Montamos na escola uma oficina completa de marcenaria e ensinávamos as primeiras noções de marceneiro aos alunos interessados”, conta.

Ainda como diretor seguia certa rigidez. “Era mais ou menos rígido, mas acima de tudo, procurava sempre ser correto, imparcial e honesto”, diz.

Silveira diz ainda que a educação mudou muito com o passar do tempo. “Hoje em dia com essa progressão continuada acredito que dificultou mais o ensino, muitas vezes as crianças terminam o primeiro grau e não tem o conhecimento necessário que se conseguia antigamente. Deixo o conselho para que eles aproveitem o tempo e estudem, pois se você estudar o tempo passa e se não estudar o tempo passa do mesmo jeito, por isso, ocupe-se com o estudo, que é uma das coisas mais importantes da vida”.

“Tenho a satisfação do dever cumprido, fiz tudo que almejei, realizei tudo. Tudo isso graças à educação que tive, orientação dos meus pais e que eu procurei sempre transmitir essa educação aos meus alunos, as pessoas que conviveram comigo e a minha família”, conclui.

Comunidade

No município de Nhandeara, Silveira participou de importantes conquistas.

Fez parte da comissão de criação e fundação do Umuarama Clube. Participou da diretoria de fundação do Hospital São Domingos, que na oportunidade chamava-se Cônego Domingos.

“Participei da construção da primeira quadra esportiva de basquete. Era terra, fizemos campanha, compramos lajotas e iniciamos o basquete na cidade”, destaca o ex-professor.

Participou ainda da reconstrução do Nhandeara Esporte Clube (NEC), que havia sido destruído por um incêndio. “Fazíamos campanhas para arrecadar fundos para reerguer o clube”.

Atividade Rural

Como pequeno produtor, foi pioneiro na agricultura irrigada no município, junto com seus dois irmãos, em seus 90 alqueires da Estância Silveira. “A especialidade era feijão irrigado, mas tínhamos também café e limão irrigado. Café por gotejamento e limão por microaspersão, um projeto israelense. Rendeu inclusive duas entrevistas na TV Tem”, orgulha-se o ex-professor.

Através do trabalho na agricultura recebeu o prêmio de destaque como Produtor Rural na Safra de 1987/88, patrocinado pelo Banespa.

“Consegui tudo isso com a colaboração da esposa, sempre tivemos juntos em todas as atividades”, finaliza Silveira.