quarta-feira, 11 de dezembro de 2024   | : :
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José Papile conta um pouco do que viveu em União Paulista


José Papile conta um pouco do que viveu em União Paulista

Nossa personalidade da semana é o José Papile de União Paulista. “Seo” José, natural de Uchoa e nascido a 14 de junho de 1922, chegou por estas “bandas” em 1933, com 11 anos de idade pois seu pai tinha comprado um Sítio no Córrego do “Videu” e trouxe a família para lidar na lavoura e ajudar a desbravar este pedaço de chão.

“Em 1948, mudei para a “vila” e moro nesta mesma casa desde aquela época, quando mudei para cá era casado com minha primeira esposa, Maria Rubio Martins, que faleceu aos 22 anos de idade no seu segundo parto, que era de gêmeos”, conta ele.

Com Maria, José teve sua primeira filha, Isaura Papile Scalon.

Depois de 4 anos da morte da primeira esposa, José se encantou por outra Maria, a Maria Natália Papile Alves, com quem teve 3 filhos, João Batista, José Roberto e Silvia. Sua segunda esposa faleceu há 7 anos, com ela chegou a receber o Título de Casal Simpatia da 3ª Idade e viveram juntos 62 anos.

Quando mudou para a “vila” estabeleceu um armazém de secos e molhados, que era ponto de referência na cidade, servia refeição, era também onde o ônibus parava para pegar passageiros, “era tempo que boiada passava no meio da cidade, para comprar as mercadorias, ia até Rio Preto, na Dias & Martins, demorava 1 dia para ir e outro para voltar, era tudo estrada de terra, carro de bois, tempos difíceis”, lembra.

Em 1975, já com os filhos formados, fechou o armazém, “me aposentei, hoje minha distração é formar balainhos de mudas, que presenteio os amigos ou meu filho planta na Praça da Matriz”.

Entre a União de antes e a União de hoje, prefere a atual, “antes era tudo muito difícil, a locomoção, socorro médico, tudo era mais difícil, hoje temos mais comodidade, tudo é mais fácil.

Ele lembra que a economia girava em torno do café, o pessoal que morava aqui trabalhava na lavoura de café, hoje temos muita cana plantada, e veio estes de outros estados para trabalhar na usina, “hoje eles que fazem nossa União, que movimentam a cidade”, destaca.

Nestes 93 anos de vida “seo” José guarda muitas histórias e destaca seu prazer em jogar bola quando moço. Mas o apego a família é uma marcante em sua conversa, “aqui era uma chácara, então meus filhos foram casando e estabelecendo por aqui, todos moram neste mesmo quarteirão, tenho 4 filhas, 7 netos e 4 bisnetos. Sou descendente de italiano, meus pais foram batizados na Igreja do Vaticano, vieram de navio para o Brasil, em uma viagem que durou 40 dias”, lembra.

“Seo” José também uma pessoa política, “em todas as eleições, desde que União passou a ser município, a família tem sempre um representante no Poder Legislativo ou Executivo. Já foram vereadores João Batista (filho), Heitor Papile (sobrinho), João Papile (sobrinho), Amarildo Cavatão (genro), Ormicio Scalon (genro) e hoje a sua neta Kêndria representa a família na Câmara de vereadores. Seu sobrinho Jair José Furlan já foi prefeito de União Paulista.

A Família Papile é numerosa em União e junta com a família de sua segunda esposa, Alves, que são devotos de Santos Reis, anfitriões da Chegada da Bandeira no município.

Para “seo” João o segredo da longevidade está na comida, come, diariamente, arroz, feijão, abacaxi e laranja, “mistura para mim é ovo e frutas, carne não desce”, afirma.

Seu hobby é sentar, em frente sua casa, entre as 19h e 20h e ver as damas da noite desabrochar, foi ele quem plantou e gosta de sentir seu perfume, “pelas minhas contas vivi até hoje 35.537 dias, estou lúcido e forte, recentemente fiz uma cópia para mandar para uma professora com todas as capitais do Brasil, com 28 estados, incluindo o Distrito Federal, não tive estudo, tive 7 meses de escola, naquele tempo era professora de sítio, ensinava as 4 contas, ler e escrever e só, leio o jornal toda semana, operei há pouco da vista e enxergo bem, tenho bastante amizade com estes meninos que vem de fora para trabalhar na lavoura da cana, sento aqui na frente de casa e fico conversando com eles, desde que minha esposa faleceu não frequento mais bailes, nem saio para jogar baralho, só fico em casa, este é o resumo da minha vida”, diz.

Ele aproveita e deixa uma mensagem para os jovens de hoje, “não beber bebida de álcool, cuidado com maconha, drogas, eu aconselho muito os jovens a sempre levar o serviço á sério. Ser trabalhador é a base de tudo”, finaliza.

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