Romilde Zancanari Prata nasceu em 08 de dezembro de 1926 na cidade de Taquaritinga. Lá iniciou seus estudos na escola primária e concluiu o quarto ano em Floreal.
Chegou no município em setembro de 1940, com sua mãe e os 11 irmãos. “Quando cheguei não tinha nada, só uns mercados, uma paineira em volta do lago, não tinha igreja, apenas uma capela muito pequena. Fomos morar na fazenda de Aristides Junqueira, moramos por 3 anos, depois mudamos para a Vila Floresta”, afirma.
Participava de todos os movimentos que tinha na época, mas o que mais esteve presente foi a igreja, entidade pela qual sempre foi fiel.
Começou a namorar aos 16 anos e se casou aos 21 com Décio Prata (in memoriam) no dia 29 de julho de 1948. Tiveram três filhos, Procópio Prata, Décio Prata Filho e Maria Aparecida Prata. Têm seis netos e um bisneto.
Décio prata foi o segundo prefeito de Floreal, exercendo o cargo de 1964 a 1968. “Eu como primeira dama trabalhei muito para Assistência Social, naquele tempo não tinha recursos para a área. Era começo da prefeitura, segundo mandato, trabalhamos demais. Fundei uma Assistência Social com minhas amigas, todos os meses dava alimento para as pessoas carentes, mas em casa num cômodo separado. A entidade era registrada e possuía estatuto. No final do ano fazia o Natal das pessoas também”, lembra.
Romilde conta mais atividades que fazia. “Fazíamos festa, desfile de crianças, tudo que precisava fazer eu fazia, levava gente para o hospital, dava ajuda, não em dinheiro, mas em alimento, roupas. Trabalhava com amigas e a gente tinha uma diretora. Fundei uma sala de costura, comprava tecidos e ensinava a costurar”, enumera.
Ela lembra de quando recebeu pessoas em sua casa. “Quando foi criado o Banespa aqui vieram e inauguraram o banco e tinha umas 10 pessoas, mas na cidade não tinha pensão, então todos foram almoçar lá em casa. Outro dia fui num aniversário de uma senhora e encontrei outra que lembrou desse dia”, orgulha-se.
Depois que seu esposo deixou a prefeitura, Romilde continuou participativa. “Continuei participando de todos os movimentos. Desde o começo participo da terceira idade, participei do JORI (Jogos Regionais do Idoso) dançando e jogando buraco. Até teve uma vez que eu e uma senhora aqui vencemos um casal de Catanduva que eram campeões e ficamos em segundo lugar. Participei durante 15 anos e agora há 3 anos não participo mais pela idade, mas todos me elogiam pela disposição”, conta.
Ficou viúva em 1991 e continuou vivendo com seus filhos. “Hoje sou dona de casa e estou vem forte graças a Deus. Trabalhou e faço o que for possível. Sou feliz porque tenho uma família muito boa, todos bem encaminhados. Tinha uma propriedade, reparti com os filhos. Vou aos bailes em Nhandeara, danço, fui muito doceira na minha vida, convido as pessoas para comer, graças a Deus todos me respeitam muito”.
Muito religiosa, tem os domingos como sagrado e sempre frequenta missas. Foi filha de Maria e agora é do coração de Jesus. Gosta de ler muito, inclusive os livros do Padre Reginaldo Manzotti, inclusive tem os dos CDs dele e recebe jornal do Paraná sobre a assistência do Padre.
“Fiz muita coisa boa, fiquei muito contente porque quando for para o outro lado vou feliz, não vou me vangloriar, mas sabemos da bondade que fizemos para a vida. Tenho que louvar a Deus, porque pela minha idade, estou muito bem, nunca tive nada grave. Toda a vida participei da quermesse, ajudava a trabalhar. Todo ano tem os festeiros, meu marido foi uma vez. Tudo que tinha dentro do limite que podia fazer eu fazia por Floreal”, finaliza.