Dulce Martins Ayub nasceu em Garça-SP, cidade próxima a Marília-SP, no dia 13 de
maio de 1934. Filha de Santos Martins e Catharina Gaia Martins, fez o curso primário no grupo escolar de Garça.
Mudou-se com a família para Tupã. “Lá fiz o curso ginasial e o curso normal (formação do magistério) na Escola
Normal Livre Nossa Senhora Auxiliadora, escola dirigida pelas irmãs Salesianas, congregação fundada por São João
Bosco”, lembra Dulce.
Terminando o curso normal foi para Campinas, oportunidade em que cursou especialização em Educação Pré-Escolar
no Instituto Carlos Gomes, no ano de 1954. “Terminado o curso voltei para Tupã e fui professora substituta por
um ano, em uma escola isolada em um bairro próximo a Tupã”, afirma.
No ano seguinte fez sua inscrição para o concurso de ingresso para o magistério. “Sem muita esperança de
ingressar naquele ano, pois o ingresso não era por pontos conseguidos, mas sim por tempo de substituição e eu
havia lecionado como substituta só por um ano. Fiz minha inscrição, mas por experiência”, conta Dulce.
Na data da escolha de escola Dulce foi para São Paulo, onde era realizado o concurso, mas para ver como
funcionava, pois tinha pouca esperança de ingressar naquele ano. Para eu escolher uma classe de pré-escola, como
tinha poucos pontos, teria que depender de 16 desistências. “Por incrível que pareça ou por trabalho do destino
houve exatamente 16 desistências”, destaca.
Após as 16 desistências, veio a oportunidade. “Fui chamada e a presidente do concurso me disse que comumente era
apresentada uma relação de vagas para a escolha do candidato, mas no meu caso só havia sobrado uma classe vaga
que era em Nhandeara. Mesmo sem nunca ter ouvido falar ou sem saber onde ficava disse: aceito ir para
Nhandeara”, disse.
A ex-professora diz que fez a escolha certa. “Vim, vi, gostei e aqui estou há quase 60 anos, dos quais,
trabalhando por quase 30 anos no grupo Escolar Joaquim Fernandes de Melo, sempre em um ambiente de amizade,
carinho e respeito, entre diretores, todos excelentes, e professores, colegas e amigos inesquecíveis”, diz.
Dulce teve uma média de 800 a 900 alunos e diz que encontra muitos deles. “Encontro os alunos, tenho amizade com
eles. Dei aula para o Delegado de Nhandeara, Dr. Marco Tirapelli e Dra. Maria Laura, entre outros alunos.
Recentemente encontrei um dos meus alunos, que já está com 70 anos, e começamos a conversar, até que
ele disse Dona Dulce até hoje guardo meu diplominha da escola”, recorda a ex-professora que dava aula para
crianças de 4 a 6 anos.
Foi em Nhandeara que formou sua família. “Fui casada por 24 anos com Pedro Ayub, ex-vice-prefeito de Nhandeara
(falecido há 7 anos), pessoa admirada por todos que o conheceram e que já partiu para a vida eterna deixando
muita saudade. Não tivemos filhos, mas tenho três sobrinhos, Indalécio, Pedro Paulo e Mariana que considero como
se fossem e a Flávia, Indalécinho e Luane esposa e filhos do Indalécio, que com todo carinho, completam a
família”, orgulha-se.
Dulce diz que Nhandeara mudou muito. “Naquela época era bem diferente, menor do que hoje, as ruas não eram
calçadas, as casas residenciais bonitas de hoje não tinham, eram todas bem simples. Só quem conheceu mesmo para
calcular o desenvolvimento que teve. Tem bairros aí com casas muito bonitas, não dá para comparar”.
“Fiz boas amizades em Nhandeara. A todos deixo meu apreço e agradecimento”, finaliza Dulce.