quarta-feira, 11 de dezembro de 2024   | : :
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Casal de Nipoã conta como venceu na vida com muito trabalho

Personalidade da Semana



Casal de Nipoã conta como venceu na vida com muito trabalho

Nossa coluna “Personalidade da Semana” desta edição conta a história de um casal que batalhou muito durante a vida e hoje pode desfrutar de suas escolhas do passado. Aparecida Carmem Presotto, nasceu em 16 de julho de 1935, em Jaci-SP e Alcides Presotto no dia 30 de novembro de 1933, em Monte Alto-SP.

A história dos dois como casal começou quando Aparecida tinha seus 15 anos. “Nós nos conhecemos na Fazenda Leuza e foi aquele namoro que não pegava nem nas mãos. Ficamos quatro anos assim e depois fugimos e nos casamos”, conta ela.

Os dois casaram-se na Capela da antiga Vila Leuza, pertencente a José Bonifácio-SP. Na oportunidade foi o dia do batizado do seu primeiro filho. Da união, tiveram cinco filhos, Bento Donizete, Mario Lucio, Sebastião, Marta e Angelo Antônio. O último adotado e orgulhoso por isso (veja na sequência a história). Dos filhos, tem onze netos e três bisnetas.

Ficaram morando lá por vários anos. “Depois viemos para a fazenda do Sr. Pedro Golgati (Paca), onde moramos cinco anos, já pertencente a Nipoã. E depois fomos para Matão, um vilarejo indo para José Bonifácio. Lá tocávamos café, arroz, colhia tudo no sítio, éramos meeiro”, lembra Alcides.

Ao todo moraram 17 anos e trabalharam como funcionários. Foi quando começaram a fazer economias. “Teve um ano que o café deu uma carga boa, vendemos e compramos duas casas em José Bonifácio. Outro ano também deu uma carga boa, foi aí que compramos 10 alqueires, a 2 km de Nipoã, em 1976”, destaca Aparecida. Da área total, 8 alqueires estão arrendados para cana da Usina e os outros 2 para seringueira.

Durante o tempo que lá viveram, plantaram café no sítio, mas a geada matou tudo. Também criaram alguns gados. “Uma vaca tinha dado cria, mas rejeitou a bezerra e não deixava ela mamar. Nosso patrão falou para o Alcides que era o retireiro e disse pega e mata essa bezerra. Deus foi tão bom que tínhamos uma vaca nossa que o pai dele deu e ela criou e tinha muito leite. O Alcides trouxe a bezerra e criei ela na mamadeira. Dela criamos mais cinco vacas”, diz Aparecida.

Após muita luta o casal se sente orgulhoso por ter vencido na vida. “Tivemos uma vida sofrida, mas veio a recompensa. Hoje tem o sítio e de lá compramos 13 casas no município, vivemos do aluguel”, orgulha-se Aparecida.

“Seo” Alcides com 81 anos ainda tem o costume de quase todos os dias pegar o seu trator e ir para o sítio. “Mexo com veneno nas plantas, cuido da propriedade, amo fazer isso, é uma distração”, finaliza ele, que é muito conhecido e bem quisto em Nipoã.

Adoção

Dona Aparecida conta que uma amiga de sua parente estava grávida e pensava em doar o filho. A sua filha Marta queria muito que sua mãe pegasse a criança. “Eles ficaram uma semana em casa, viram o jeito nosso e a fartura que tinha, era tudo muito simples, mas graças a Deus não faltava comida. A mulher me disse: para a senhora eu dou porque eu sei que meu filho com a senhora nunca vai passar fome”, lembra.

As duas combinaram tudo. Dona Aparecida foi para José Bonifácio e comprou todo o enxoval do bebê, até que chegou o dia tinham combinado. “Minha cunhada não mandou aviso e eu achei que a mulher tinha dado para outro. Chegamos em Rio Preto e lá estava ela morando com a avó e o pai. Mas deu tudo certo”, afirma.

A adoção se concretizou. Quando criança Angelo chegou a ver sua mãe biológica, mas não sabia quem era, acabou descobrindo sobre a adoção sozinho. “Estávamos em um casamento e eles foram brincar com as crianças, ele perguntou quem é aquela mulher, pois eu gostei muito dela, respondi que era minha prima”, disse Aparecida. “Naquele dia lembro certinho, a Marli pegou eu no braço chorando, levou até o banheiro, achei que ela ia contar alguma coisa, mas se arrependeu”, conta o filho.

O casal nunca fez diferença sobre o filho adotivo, que aliás é motivo de muito orgulho para eles. “Sempre tratei ele como filho. Peguei ele careca ainda (risos), a gente pega um amor tão grande e ciúmes também. Tudo que precisamos é ele, que nos ajuda demais, principalmente na hora da doença”, enaltece a mãe.

“Não sinto nenhum constrangimento em dizer isso, graças a Deus que me deu um pai e uma mãe que me educou com amor e carinho e uma família maravilhosa. Se Deus quiser vamos fazer de tudo, cuidar e estar sempre juntos”, finaliza Angelo.

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