Nossa coluna desta edição conta a história de José Glerian, nascido em Cajobi em 17 de fevereiro de 1931 e Irene Stanzani Glerian, nascida em
Bebedouro em 04 de julho de 1931. O casal compartilha as conquistas que tiveram a frente do município de Nipoã.
Casados desde 23 de dezembro de 1950, tiveram seis filhas, Maria de Lourdes, Maria Lucia, Maria Tereza, Maria Izabel, Maria Regina e Maria Mercedes. Têm onze netos e nove
bisnetos.
Chegaram em Nipoã no mesmo ano do casamento e moravam na área rural, apenas 5 km da cidade. Os dois estudaram até a quarta série. José trabalhava no sítio do pai, onde
plantava café, trabalhava com capineira de tratar gado, cerca, curral, barracão, tirava leite e o entregava no laticínio. Enquanto isso, Irene tinha seus afazeres domésticos
e cuidava dos filhos.
Glerian entrou na disputa política e diz que na época votava separado para os cargos de prefeito e vice-prefeito. “Fui por duas vezes eleito vice-prefeito. E uma vez
prefeito, na época com mandato de 6 anos, no ano de 1982”, afirma.
Junto com a esposa, começaram a trabalhar pelo município e as conquistas foram aparecendo. Não tinha creche em Nipoã, realizaram uma festa de peão e com o dinheiro compraram
um prédio. Comprou o terro do CCI (Centro de Convivência do Idoso) e fez o lançamento da pedra fundamental (a obra foi concluída em outra administração). Adquiriu dois
caminhões e carro oficial para o gabinete. “Os caminhões até hoje estão em uso no município. Comprei também uma retroescavadeira 0 km para fazer o encanamento de água, fiz
poço artesiano na prefeitura, lavador de carro, guias e sarjetas. Naquele tempo o Governo não ajudava muito a prefeitura, diferente de hoje que ajuda, dá veículos. Era bem
mais difícil administrar, hoje está uma beleza”, avalia.
As conquistas não pararam aí. Construiu a capela do Cemitério Municipal, onde reza a missa. Trouxe um médico residente para o município. Comprou o relógio para a torre da
igreja. “Naquele tempo a torre da igreja não tinha relógio e quem comprou foi o município, através de festas e quermesses”, recorda Glerian, que foi por 8 anos presidente de
festas da igreja.
Como primeira dama, Irene trabalhou os 6 anos com muito empenho ao lado do esposo. Tomava conta da creche, que chegou a atingir 80 crianças matriculadas. Ajudava a organizar
a festa do peão, que tinha renda revertida para a creche. Dava cestas básicas as pessoas necessitadas. Ajudava com remédios e também realizava campanha do agasalho, inclusive
na época do frio saía pedindo nas fábricas retalhos e os repassava a uma costureira que fazia agasalhos, que eram entregues para pessoas carentes.
“Fundei o Fundo Social de Solidariedade de Nipoã, na época em parceria com a primeira dama do Estado Lucy Montoro. Ajudei muitas pessoas a fazer cirurgia e também as mães
ganharem seus nenéns, que era muito difícil. Tínhamos uma horta comunitária que fornecia a escola, creche e as pessoas mais necessitadas e também ajudamos muito o asilo de
Monte Aprazível”, lembra Irene.
Com poucos recursos, ajudou a socorrer muita gente. “Quando não tinha ambulância e tinha que levar um munícipe no hospital, pegava a pessoa no colo e levava para atendimento,
muitas vezes eu levei com carro do gabinete e eu mesmo levava, o município não tinha condições era muito carente e tínhamos que levar para Monte Aprazível”, lembra Glerian,
que na época também fez convênio com o Centrinho de Bauru para tratamento de pessoas com fissura labiopalatina.
Irene lembra dos cuidados com a visão. “Oferecíamos toda assistência oftalmológica as pessoas. Pagávamos a consulta para a pessoa e dávamos os óculos”, diz.
As crianças do município também recebiam presentes no Natal. “Todos os anos dávamos brinquedos para as crianças, para os meninos bola e para as meninas bonecas, no total eram
mais de mil brinquedos. E tem gente que tem até hoje guardado, não era bonequinha não, eram grandes. As crianças me tratavam como mãe”, orgulha-se Irene.
Segundo o casal, as pessoas os consideram como “tesouros” do município e lembram muito da administração que tiveram, inclusive são muito queridos na prefeitura. “Gostamos
muito da cidade. Temos mais da metade da vida aqui, criamos nos filhos e eles se casaram aqui. Agradecemos a todos pelo carinho que tem até hoje o a gente, nossas amizades,
pois graças a Deus recebemos bastantes visitas aqui. Dizemos que é difícil alguém que não tenha passado para tomar um cafezinho com a gente”, finalizam.