quarta-feira, 11 de dezembro de 2024   | : :
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Batista Simão conta um pouco dos seus 98 anos de vida

Personalidade da Semana



Batista Simão conta um pouco dos seus 98 anos de vida

José Batista Simão, mais conhecido como Batista Simão, nasceu em 26 de outubro de 1916 na área rural, próximo ao Córrego Bom Sucesso, em Nhandeara. “Lá aprendi a nadar, o córrego enchia muito”, afirma.

Perdeu a visão de um dos olhos com 14 anos. “A vaca deu cria no meio do Serradão e fui tocar ela, quando enfiei a cabeça para ver veio um espinho no meu olho esquerdo”, lembra.

Batista Simão trabalhou a vida toda com carro de boi. “Levava mudança por vários lugares, era eu e Deus, com carro de boi puxado por oito bois. Por onde eu passava o pessoal ficava todo admirado com os animais”, conta. Além desta atividade, também tirava leite, trabalhava na roça, baia arroz e moía milho.

Criava porcos, chegou a ter 80 em seu sítio. Já teve também 80 vacas, tirava bastante leite e até desnatava. Cultivou milho, algodão, arroz e feijão. Teve época em que chegou a tirar 100 sacos de arroz.

Andou muito na vida, conheceu muitas cidades, muitos estados. “Paraná inteiro, Londrina, Maringá, Mato Grosso, Cuiabá, Porto Velho, Rondonópolis, Barra do Garça, Colina, Sinop, Cáceres, Rio de Janeiro, São Paulo. Minas eu conheço também, o que não conheço é Goiás”, lembra-se.

Tirou a habilitação aos 70 anos. “O Dr. Octaviano (ex-prefeito de Nhandeara) foi quem providenciou”, disse sorrindo. Batista Simão já teve uma rural novinha, ficou 14 anos com ela e vendeu, até comprar um Volks 77, o qual ficou por 18 anos.

Gostava muito de jogar bocha e se lembra de uma ocasião quando foi a Três Fronteiras, próximo a Santa Fé do Sul. “Eu e meu parceiro vimos um helicóptero, fomos lá para ver e demos uma volta. Vimos a cidade toda lá do alto. Até deu um friozinho na barriga em uma curva”, descreve.

Muito ativo, tirou leite até os 93 anos e andou a cavalo até 95 anos. Hoje aos 98 anos não pratica mais essas atividades por conta de um problema na perna.

Até hoje exibe seus cabelos pretos, que segundo ele nunca foi pintado. “Os cabelos são desta cor e naturais (risos)”, conclui.

Família

Casou-se na década de 40 em Nhandeara, com Laura Alves da Silveira Simão (falecida há 6 anos). Tiveram juntos oito filhos, João, Lourenço, Luiza, Benedita, Ana Maria (in memoriam), Luiz, Antônio (in memoriam) e Aparecida (in memoriam). Têm ainda 19 netos, 22 bisnetos e um tataraneto. Dividiu entre os filhos seu sítio de quase 60 alqueires.

Nhandeara

Em termos de evolução, viu São João virar Nhandeara. “Eram só as ruas do centro, tudo de terra. Tinha uma igreja bem menor do que aquela de hoje. Aliás, dei uns 14 bezerros para ajudar na construção da igreja de hoje”, diz. Batista Simão frequentou muito o local. “Casamentos e batizados eram todos lá. Um dia cheguei com 7 ou 8 meninos para batizar e até o padre assustou”.

Fazia com frequência a caminhada de seu sítio a Nhandeara, localizada a 11 km de distância. “Vi abrir a rodovia vicinal para construir Votuporanga. Abriram estradas, chegou o asfalto, puxou a energia”, destaca.

Conquistou muitos amigos. “Se eu for contar, todo mundo é amigo. Pode perguntar onde for sobre mim (Batista Simão), todos me conhecem”, orgulha-se.

Recebe frequentemente visitas de amigos, vizinho, parentes de longe. Ouve todos os dias a Rádio Jornal de Nhandeara. Assiste muito a missa pela TV. “Não tenho nenhum inimigo graças a Deus. Nunca tive vontade de mudar daqui”, finaliza.

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