Antônio Batista Beltran, mais conhecido como Batista, nasceu em 13 de abril de 1946, em Nhandeara. Estudou até a quarta série da época. Trabalhou muito no sítio com seu pai. Mas o que sempre gostou foi
futebol, para isso dedicou quase que toda a vida.
Enquanto trabalhava com o pai, fez serviços na roça e depois de um certo tempo voltou a trabalhar na cidade em uma selaria da família Gaspar.
Com 18 anos começou a jogar futebol, pois tinha um sonho, típico em todo menino: “Ser jogador de futebol”, diz Batista.
Com estilo firme, pois não tinha muita categoria naquele tempo, encontrou sua posição como quarto zagueiro. “Joguei amador em todos os times da região, entre eles, Floreal, Nhandeara Esporte Clube (NEC), nossa equipe do NEC era campeã
regional sempre e também fomos vice-campeões do Estado”, afirma Batista.
Como profissional, Batista atuou por muitos anos no Paulista de Nhandeara. Jogou no Operário de Campo Grande (MT) e Riachuelo de Corumbá (MS). Se aventurou na Bolívia, jogou por seis meses no Bata de Coxa Bamba e por 1 ano no Bene
Petroleiro. Passou também pela Ferroviária de Porto Velho (RO), onde jogou até 1972. “Era bem mais difícil jogar naquela época do que nos dias de hoje, mas foi uma experiência boa, valeu muito a pena ter jogado”, conta.
Em 1973 voltou para Nhandeara, desta vez para trabalhar na Prefeitura como Diretor de Esportes. “Montamos o Clube da Esquina Futebol de Salão, que foi até 1981. Disputamos várias competições, fomos campeões em Jales e Santa Fé do Sul.
Fizemos umas quatro aberturas de campeonato em Franca, pois gostavam de ver a gente jogando”, lembra Batista.
Na década de 1980 começou com a Escolinha de Futebol de Nhandeara. Na época trabalhava junto com Benedito Bento Costa (Piorra), preparador físico.
A Escolinha sempre teve muito destaque e ficou marcada por ter revelado grandes nomes para o futebol. Entre os destaques foi revelado o Doriva. “Ele jogava em Nhandeara como atacante, saiu em 1988, mas acabou jogando no meio-campo no
São Paulo, passou também por XV de Piracicaba, Atlético Mineiro, Porto de Portugal, entre outros”, destaca Batista.
Foram revelados também: atacante Luizão, ex-Guarani, Corinthians e Palmeiras; Glauber Berti, ex-Atlético Mineiro, Mirassol e Palmeiras; meio-campo Maurício, Corinthians; Maxuel, São Caetano; Leonardo Henrique, Atlético Mineiro;
Buchinha, Guarani. “Trabalho de primeira categoria, nosso preparador físico era o melhor. O Glauber jogou na escolinha em 1995 e 1996, era atacante e meio-campista, jogava com a 10 aqui. Participávamos de campeonatos estaduais, fomos
campeões em 1995”, orgulha-se Batista.
Ainda como Diretor de Esportes, Batista, continua dando aula na escolinha de futebol de Nhandeara para meninos de 13 a 19 anos. Para os garotos até 12 anos, conta com a ajuda de dois ex-jogadores, que hoje são professores da Escolinha,
Marcos Salton e Ilan Cristian. “Agora nas férias treinamos todos os dias. Estamos treinando no Ginásio da Escola Melo que é quadra, no Lions Clube que é mini campo e no campo do Corinthinha de Nhandeara”, disse. Recebe também nos
treinamentos Doriva e Glauber, que fazem questão de incentivar os meninos em busca dos seus sonhos.
Conhecedor do futebol, Batista, diz o que é preciso para se tornar profissional. “Começar desde pequeno, ter muita dedicação, ser bom de bola e ter bastante educação, juntando tudo isso com humildade, com certeza tudo dá certo”,
garante.
Mesmo com todo apoio dado a Escolinha pelo prefeito de Nhandeara, Ozinio Odilon da Silveira, Batista acredita que falta apoio em casa para a garotada. “Apoio do prefeito a gente tem, os jovens têm que ter mais vontade de jogar futebol,
hoje a molecada com 15 anos já não quer jogar mais. O apoio também tem que vir de casa, dos pais. Antes íamos para jogos com quase um ônibus de pais para acompanhar os meninos, hoje vão no máximo 3 ou 4 pais”.
O treinador ainda se orgulha da dos frutos que a escola ainda dá. “João Vitor, de 13 anos, filho do Passarinho, joga comigo e vai para o Botafogo de Ribeirão Preto no ano que vem”. Ele ainda agradece outros garotos. “Agradecer o Diogo,
Diego Melega, Igor, Bicuit e Vinícius, meninos que ainda jogam comigo e me ajudam muito, tinham o sonho de se tornar jogadores profissionais”, finaliza.
Para participar da Escolinha de Futebol de Nhandeara é só procurar um dos três professores na Prefeitura Municipal e levar documentos pessoais, estar acompanhado do pai ou responsável, e também atestado médico.