Antônio Eusébio Scaglia nasceu em 20 de agosto de 1943, em Pirangi. De família humilde, trabalhou na roça com colheita de café e plantio de arroz.
Aos 26 anos casou-se em Neves Paulista com Helena Socorro Martins (in memoriam, falecida há 33 anos), com quem teve quatro filhos, Leandro, Cláudia, Flávia e Antônio. Teve ainda o filho Fábio, de
outro casamento. Têm também nove netos. “Meus filhos são nascidos em Neves, onde morei por 17 anos e só saí quando minha esposa faleceu. Fiquei viúvo cedo, criei meus filhos e nunca arrumei mulher
enquanto eles não casaram”, diz.
Foi administrador da maior fazenda de Nipoã, a Fazenda Água Branca. “Era igual dono, dois senhores eram patrões e tinha um filho que fez burrada e sumiu, o senhor sofreu um câncer e fiquei tocando a
fazenda sozinho”, afirma ele que sempre morou na área rural, mas há 33 anos mora na cidade.
Foi vereador em duas oportunidades, a última no segundo mandato do prefeito Toninho Boca. “Fui presidente da Câmara também. Na primeira vez como vereador cassei o prefeito e assumi a prefeitura por
dois dias. O prefeito da época era Gilberto Cardoso de Andrade. Percebi muitas irregularidades, ele comprou uma máquina niveladora destruída e reconstruiu com dinheiro público, entre outras coisas”,
conta Scaglia.
Na sua primeira legislatura foi construído o prédio da Câmara Municipal, inclusive participou da construção. “Fiz ela com 350 metros de construção, hoje já tem mais de 400, foi ampliada”.
Sem modéstia, se considera um dos melhores vereadores que já tiveram em Nipoã. “Tinha um sargento aqui que ficava atrás de menina nova, cassei ele também, perdeu a farda. Quando fui presidente, o que
era do meu alcance não deixei passar nada, fui muito atuante mesmo com pouca leitura, sofri demais, mas consegui fazer o que queria”.
Trabalhou e ainda trabalha para a comunidade. “Quando tem alguma pessoa doente, levo para o hospital, pois falta esse tipo de assistência no município e sempre fiz isso, mesmo antes de entrar na
política”, afirma.
Pensando em se recandidatar, diz o que aprendeu e pensa sobre a política. “Aprendi muito como um prefeito pode roubar sem o povo perceber, só quem está lá dentro que vê e o presidente da Câmara tem
muito acesso na prefeitura e consegue saber. Por isso, deve ser os olhos do povo no Legislativo. Na política não pensei em dinheiro, então eu me considero o melhor que teve aqui, mas eu sei que o povo
não considera, então não adianta. Como vereador acredito que vou me candidatar de novo, hoje precisa de muito dinheiro para se candidatar a prefeito, quem não tiver dinheiro não vence”, analisa.
Mesmo com pouco estudo se virou bem. “Sei ler e escrever o básico, mas em conta ninguém me engana. Tenho muita fé e conto com ajuda de Deus para conseguir tanta coisa, sou conhecido por muita gente.
Tenho duas represas de peixe, dou peixe e vendo para as pessoas e nunca acaba. Tiro leite no sítio e reparto com os vizinhos, levo para as pessoas. Sempre tenho para dar e nunca me falta. Gosto disso,
tudo que eu poder vou ajudar e Deus vai continuar me ajudando também”, agradece.
Trabalhou como empreiteiro de laranja, puxando a turma da Cutrale e Citrosuco. Também puxou alunos de Nipoã para Rio Preto durante 15 anos como funcionário da prefeitura.
Atualmente trabalha com seu filho em um sítio há 3 km da cidade. “Crio porcos e vacas, vou todos os dias cedo e a tarde. Me considero um herói pelo estudo, comandei a maior fazenda, fiz tudo, fui
vereador, presidente da Câmara, sem leitura”.
Scaglia ainda diz que gosta da cidade. “Nipoã é boa para morar, aqui recebo bastante visitas. Faço uma festa grande em todos os meus aniversários, agora são meus filhos que fazem e eu ajudo. Esse ano
foi mais de 300 pessoas, compramos barris de chope, uma verdadeira festa”, finaliza.