Alfredo Pires Gonçalves, conhecido como “Sr. Alfredinho”, filho de Américo Pires Gonçalves e Rita Maria Francisca, nasceu em Araras-SP em 26 de fevereiro de 1925.
Dentre suas histórias e memórias relata com muita lucidez e entusiasmo o período que serviu o exército, aos 21 anos, na década de 1947, logo após a II Guerra Mundial, em Campo Grande – MS durante 14 meses. Em alguns momentos se emociona e fica com a voz embargada, contando sobre os amigos que ali conquistou.
Ele conta como perdeu um pouco a audição do ouvido direito. “Eu tinha 22 anos e estávamos em uma manobra de guerra. Ficamos sete dias no mato andando de noite e de dia amoitado no Distrito de Maracajú, na época pertencente a Campo Grande-MS. O tiroteio foi um dia só, em 12 de dezembro de 47. Eu atirei de canhão e perdi um pouco da audição por conta do barulho”, lembra Alfredinho.
Teve seu primeiro casamento em 1951, em Glicério-SP, e desta união oito filhos, Selma, Valdir, Léia, Valdemir, Terezinha, Valcir, Valmir e Maria José, todos carregam o sobrenome Cortez Pires Gonçalves. Tem 19 netos, 14 bisnetos e um tataraneto.
Alfredinho foi policial e delegado aos 29 anos, nomeado pelo então Governador Adhemar de Barros em 1954, por 12 anos, na cidade de Glicério-SP, e gosta de relatar: “No meu trabalho como delegado, agi como um rei, de forma dura e responsável”, disse ele orgulhoso.
E quis o destino que ele viesse para Nova Luzitânia, com sua então esposa Dona Palmira dos Santos Fontino, com quem teve mais quatro filhos, Sueli Aparecida Fontino (Criação), Alfredo Luiz Pires Gonçalves, Amélia Regina Gonçalves Basso e Marcos Alessandre Pires Gonçalves e sete netos.
Chegou a Nova Luzitânia no ano de 1972, com seu caminhão Ford 54 e trouxe para esta região o transporte de “turmas” para as safras de algodão regionais, contribuindo assim para aquecimento da economia local naquela época.
Foi Pioneiro na década de 80, especificamente em 1981, no plantio de cana, em transportar pessoas para trabalhar nas usinas da região, e era uma pessoa bastante respeitada, pelo seu forte temperamento, seriedade e firmeza de caráter, fez isso por 20 anos.
Ao aposentar-se, dos 65 aos 78 anos, não se entregou ao desânimo e, continuou ativo, na lida com gado e criação de porcos, andando a cavalo pela cidade toda. Até que foi surpreendido com uma doença que exigiu acompanhamento na cidade de Barretos. E mais uma vez a família foi surpreendida pelo seu otimismo, que dizia: “eu não tenho nada”, “sim, eu estou bem”, mesmo abatido pelo desgaste natural do tratamento. Fica claro o legado de trabalho deste homem.
Passou durante três meses por tratamento intensivo para curar o Câncer de Próstata. Curado, há nove anos faz acompanhamento com retornos anuais.
Alfredinho gosta de contar sobre seu trabalho voluntário no esporte local, no Luzitânia Esporte Clube - LEC, nas décadas de 70 a 80 e fala com orgulho, por ser, em 1980, quem levou o time a condição de Campeão, a “única vez”, ele frisa.
Hoje aos 89 anos, um pai-avô, afetuoso, com seu espírito inquieto surpreendeu a todos quando disse que queria, após 43 anos de convivência, oficializar sua união com Dona Palmira. Em 30 de julho de 2014, casou-se.
O que mantém ainda o contato com as duas famílias é a geração dos netos, por meio de WhatsApp.
Muito estimado no município, recebe visitas frequentes e é sempre lembrado por pessoas na faixa etária dos 40 e 45 anos, por ter “ensinado” a trabalhar. “Vim pra cá (Nova Luzitânia) para trabalhar só dois meses, mas o povo gostou de mim e eu gostei do povo e não saí mais. Por onde passo crio amizades”, finaliza com sorriso no rosto.
Para quem gosta de política e futebol, fica a dica: ao passar pela frente de sua residência, onde se senta todos os dias, após cooperar com alguns afazeres domésticos, além de ganhar um sonoro “Bom Dia”, você pode render-se a um bom bate papo.
Colaborou: Sueli Aparecida Fontino