A jovem Luana Mayra Gração, 22 anos, vem se destacando em um esporte considerado de homens e é a única da nossa região a disputar corridas de Motocross. Pilotando sua Honda
Tornado 250cc ela já desbancou muitos marmanjos por aí.
Iniciou no esporte bem cedo, em 2003 com apenas 11 anos. Chegou a desistir pelo preconceito de ser mulher, voltando a pilotar de vez depois de dois anos. “Meu pai era piloto
e eu sempre ia com ele nas corridas e gostava. Brincava com meus primos de pular rampa de bicicleta no quintal de casa, até que um dia meu pai chegou e perguntou se eu queria
uma moto para praticar o esporte e eu disse que sim”, lembra Luana.
Em 2005 Luana conquistou a terceira posição na corrida júnior em Tanabi levantando todo o público. Em 2010 participou da categoria iniciantes em Ilha Solteira, durante o
percurso teve um pneu furado na metade da prova, mas mesmo assim terminou na 2ª posição disputando o tempo todo com o 1º. No ano seguinte, em Poloni, correu na categoria
bronze, com 24 motos, classificou em terceira. Na largada afogou a moto, mas fez uma prova de recuperação e terminou na 5ª colocação. “Teve corridas que fiquei em primeiro,
mas não marcou como estas. A minha maior conquista é ter chegado até onde cheguei e nunca ter desistido”, afirma a jovem.
Segundo Luana, ainda há certo receio por parte dos homens ao disputar uma corrida com ela. “Tenho muitas amizades, sou amiga de todos. Mas sempre tem aquele que não aceita
perder para uma mulher e até joga sujo, mas eu não ligo. Quando entro numa pista, entro para competir de igual para igual, até porque nunca tive nenhuma vantagem por ser
mulher”, argumenta. Ela ainda afirma que não tem medo dos adversários. “Nunca tive medo de machucar. Mas tem certos pilotos que eu não gosto de andar junto, porque eles jogam
sujo e se dor preciso derrubar, eles derrubam para passar”.
No entanto Luana continua competindo ao lado de homens, pois ela ainda afirma que no esporte, não tem uma categoria específica. “Já fui a corrida que tinha categoria
feminina, mas só tinha eu de mulher e acabou não fazendo a corrida, porque não tem como competir sozinha. Então nós mulheres temos que nos unir e lutar pelo nosso espaço no
esporte”, diz.
Destemida e bela, a jovem diz que não idolatra qualquer piloto só pelo nome. “Tenho um amigo que é como ídolo, que o admiro como piloto e como pessoa e pra mim ele sempre
será um campeão, é Rodrigo Rodrigues”, enaltece.
Luana faz planos para 2013. “Nesse ano eu pretendo seguir a copa IMS de Motocross SP/MS, estou me dedicando mais no esporte, treinando mais e fazendo academia para pegar mais
resistência”, enfatiza.
Para encerrar a jovem faz um pedido especial para o esporte. “Gostaria que fosse mais valorizado, que as prefeituras apoiassem mais, porque é muito importante para as
crianças e os jovens praticaram esporte, temos que incentivar para tirar as crianças da rua”. Ela ainda completa. “E para as garotas, gostaria de dizer que não parem de
praticar, que não tenham medo e que não liguem para o preconceito, pois já passei por isso quando comecei, cheguei até parar de andar, mas vi que o que importa é o que eu
quero para minha vida e não o que os outros acham que devo fazer. O Motocross é minha vida, sem ele não vivo. Eu agradeço a todos que me apoiam, aos amigos que sempre pude
contar, obrigado por tudo”, finaliza Luana.