Nas vésperas do dia dos namorados, comemorado no Brasil em 12 de junho, trazemos a história do casal João e Bene, moradores de Nhandeara. Eles já estão há 47 anos juntos e não deixaram perder a magia do amor. União, cooperação, admiração e amor são as bases dessa família.
João Barbosa Gomes, nasceu em 14 de julho de 1941, em General Salgado. Nove anos depois nascia Benedita de Lourdes Mateus, Dona Bene, em 17 de agosto de 1950, na cidade de Catiguá.
Na década de 60, por volta do ano de 1966, João que morava em Nhandeara desde 1959, mudou-se para Auriflama para trabalhar na roça. Mal sabia que na mesma fazenda trabalhava o amor de sua vida. “A gente se conheceu numa festa junina, em 67, foi amor à primeira vista”, afirma.
Logo se casaram, no ano de 1969. Dona Bene acrescentou o Gomes ao seu nome e juntos voltaram para Nhandeara, em 71, onde começaram a formar uma família, época em que nasceram os dois primeiros filhos do casal, Marcia Aparecida Gomes e Odair Aparecido Gomes. Ficaram por mais 5 anos no município e se mudaram para Santo André. Lá tiveram outros dois filhos, Anderson Luiz Gomes e Flávio Rogério Gomes.
João trabalhou até se aposentar como auxiliar de produção na fábrica de pneus da Pirelli, enquanto isso Dona Bene havia se formado para inspetora de alunos e trabalhou por 15 anos em escolas. A base familiar se fortalecia e os valores iam sendo passados dos pais para os filhos. Posteriormente a família cresceu com a chegada de seis netos.
Buscando uma vida mais tranquila e sossegada, voltaram para Nhandeara. Dona Bene trabalhou ainda em Monções, Floreal, São José do Rio Preto e na Escola Pedro Pedrosa, no próprio município.
Por volta do ano 2000, uma doença hereditária afetou Dona Bene e começou se agravar progressivamente. Portadora de Ataxia Espinocerebelar, uma patologia caracterizada por perda neuronal nas áreas afetadas da substância cinzenta do cérebro e degenerações secundárias dos tratos da substância branca, possui algumas limitações assim como tiveram sua mãe, um irmão e uma tia. A doença fez com que ela se aposentasse em 2003.
O casal construiu uma casa nova, mais perto do centro da cidade. A força e união dos dois só foi se fortalecendo cada vez mais. E é emocionante ouvi-los falar um do outro.
“Pra mim a Bene representa tudo, tudo que eu faço pra ela ainda é pouco pelo que ela fez, pelo que ela é, pois se não fosse ela, nós estávamos na roça, os quatro filhos, ela que segurou tudo, tomava conta de tudo. Acho que ela merece mais ainda esse cuidado”, diz João.
“Pra mim ele representa tudo também, um bom pai, um bom marido, sem briga, sem bebida, trabalhador, um exemplo da família”, disse Dona Bene.
Ainda conservam alguns hábitos de sair, vão em quermesses, festas, feira, além de missas aos domingos. Em casa, gostam de assisti um DVD e um bom jogo de futebol.
Neste domingo, além da missa, também comemorarão o dia dos namorados e os 47 anos de casados, completados em maio. “A data é uma beleza para a gente, pois é difícil chegar, mas se Deus quiser quereremos ainda chegar nas bodas de ouro. Somos um casal apaixonado, sempre unidos, não brigamos. Eu falo a verdade para você, não tenho nada, mas tenho uma família muito bonita e a gente valoriza muito isso”, afirma João.
Ele finaliza falando sobre o amor, “representa tudo para nós, porque se não fosse o amor, nós não estaríamos do jeito que estamos, desde a hora que a gente se viu, deu tudo certo”.